Os Mitos….. Se Vivem

Já ouviu falar no mito do deus grego da oportunidade?

Os gregos antigos tinham duas palavras para o tempo: Chronos e Kairos. Enquanto Chronos fazia referência ao tempo cronológico sequencial, o tempo que se mede. Kairos era o momento indeterminado no tempo em que algo especial acontece, a experiência do momento oportuno.

Conta-se que este Kairos passa por nós constantemente mas ele só pode ser capturado de frente e por aquele que está atento a seus rápidos movimentos! Ele era descrito como um jovem alado, com um curioso corte de cabelos: na frente apenas um topete enquanto o restante da cabeça era calva. Uma vez que ele tenha passado por nós e não o notarmos, sua calvice não permitiria que pudessemos detê-lo após a passagem. Já ouviu o ditado “Depois que a oportunidade passa não adianta correr atrás”.

Estamos tão condicionados na necessidade de cumprir as expectativas do tempo do relógio, que não nos permitimos ser naturais. Tornamo-nos mecanizados pela força do tempo que exige de nós cada vez mais esforço.

Agora, sempre que agimos sobre o tempo Kairos, as coisas costumam dar certo porque estamos na hora e no lugar certo. Kairos é o tempo oportuno, livre do peso de cargas passadas e sem ansiedade de anteceder o futuro. Ele se manifesta no presente, instante após instante.

Gostou? Venha participar da primeira aula gratuita do curso. Será na terça feira, dia 20/06 as 20h.

RESERVA: https://goo.gl/u9qFdR

PS.: Temos mais eventos essa semana:

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
24/06, sábado às 15h. Carga-Horária: 4 horas com certificado. Investimento: Até 20/06 R$ 100,00. Após R$ 120,00.
Avance mais em menos tempo! Conheça técnicas simples e eficazes para fazer seu tempo render muito mais.

RESERVA: https://goo.gl/Oj6Z6r

WORKSHOP: TÉCNICAS DE ESTUDO

24/06, sábado às 15h. Carga Horária: 3 horas com certificado. Investimento: Até 20/06 R$ 40,00. Após R$ 50,00.

Aprenda a encontrar as ideias principais de um texto e técnicas para estudar com qualidade e eficácia.

RESERVA: https://goo.gl/EEhTfv

CLUBE DO LIVRO: FILOSOFIA NOS CONTOS DE MACHADO DE ASSIS
24/06, sábado às 18h – ENTRADA GRATUITA
Machado de Assis, um marco da literatura brasileira, nos convida a refletir a vida e a alma humana através de sutilezas e entrelinhas presentes em sua obra. Venha investigar as chaves filosóficas e simbolismos presentes em seus contos de caráter atemporal!

RESERVA: https://goo.gl/PiyA39

Mais informações:
(62) 3092 – 4838
(62) 9 9131-4511 (WhatsApp)

Por que a beleza importa?

Você já parou para pensar sobre a importância da beleza? Nesse documentário produzido pela BBC, o filósofo Roger Scruton faz um instigante ensaio sobre a importância da beleza nas artes e principalmente nas nossas vidas. E como a falta dela nos leva à um deserto espiritual.

No dia 18 de março celebramos nas escolas de Nova Acrópole o Dia da Arte. Esse ano ela vem com o tema Caminhos para a Harmonia.

Faça sua pré-inscrição aqui:

Pré-inscrição Dia da Arte

O Ideal Feminino palestra de Lucia Helena Galvão

Em um mundo cheios de conflitos e desentendimentos, nessa palestra, queremos resgatar o sentido essencial do feminino como potência da Natureza.

A verdadeira realização e felicidade do homem e da mulher está em compreender e bem expressar o papel que lhes é próprio, segundo o plano da Natureza. Os papeis não são idênticos nem comparáveis, mas perfeitamente complementares: O Universo é harmonia por oposição.

Nesse sábado teremos a palestra cultural e falaremos mais sobre ele, caso queira se inscrever basta acessar:  Programação do Jardim América

Nova Acrópole recebe condecoração pelos trabalhos relevantes realizados na sociedade

2016-11-30-photo-00006691

Na última quarta, 30/11, em sessão solene que ocorre uma vez ao ano, a Organização Nova Acrópole foi condecorada em razão dos trabalhos relevantes realizados na sociedade, com gesto simbólico de entrega de medalha que celebra o reconhecimento nacional da instituição.

A “Medalha Mérito Legislativo” é uma homenagem que pode agraciar autoridades, personalidades, instituições ou entidades nacionais e estrangeiras que, em certo momento da história do País, realizaram trabalhos que tiveram repercussão e trouxeram algum amplo beneficio ao povo brasileiro. 

Trata-se de um reconhecimento do trabalho de valorização da filosofia, cultura e voluntariado, que vem contribuindo, continuamente, para a formação do ser humano e a promoção do diálogo, para além das diferenças. A homenagem reforçou nosso compromisso dos voluntários de continuarem trabalhando para fazer florescer o que o ser humano tem de melhor.

O evento foi televisionado e transmitido ao vivo via Facebook, e contou com a presença de voluntários da instituição.

Parabéns Nova Acrópole e todos os voluntários que tornam esse sonho, de fazer do mundo um lugar melhor, possível!

Este slideshow necessita de JavaScript.

Quer ficar sabendo do que acontece nas escolas de Nova Acrópole no Brasil e no mundo? Acesse mais informações em: www.acropolenews.org.br

Como massinha de modelar… Por Lúcia Helena Galvão

Como massinha de modelar…

Ninguém se esqueceu, penso, das massinhas de modelar com que brincávamos na nossa infância; alguns, como eu, se reduziam a fazer bolinhas coloridas, mas os mais habilidosos chegavam a pequenas esculturas muito graciosas; bons momentos foram passados ao lado deste brinquedo.
Também chega a ser bem óbvio que continuamos, em outras fases da vida, “modelando” outras “massinhas”, às vezes bem mais sutis, como pensamentos e sentimentos, nossos e alheios, até as substâncias mais concretas, como palavras e atos. Também poderíamos medir a nossa habilidade para lidar com estas substâncias pela galeria de “produtos” que vamos deixando para trás, dentro e fora dos outros e de nós. Isso constitui nossa história, nossa memória, a síntese do que deixamos registrado na vida.
Lindas manhãs de sol são bem conhecidas como ótimas para nos chamar a atenção para pequenas belezas desapercebidas, como pássaros, flores etc. São comuns os textos idílicos sobre estas coisas. O que gostaria de questionar é se estas e todas as demais coisas, enfim, em todos os planos, também não são o rastro de alguém, que deixou registrado, para todos os lados, sua própria história. Será que existiriam as coisas sem que nada tivesse passado e deixado marcas nesta amorfa “massinha de modelar” primordial?
Lembro da conhecida passagem bíblica: “Pelas vossas obras, vos conhecerei.” Se pretendemos, como é natural que todo ser humano pretenda e até anseie, conhecer a identidade e a intenção do autor ou dos autores da vida, não seria interessante nos debruçarmos com um sentido de investigadores e com um “faro” simbólico sobre estas pegadas? O que seria a memória do universo, chamada pelos orientais de “akasha”, senão o mapa com o registro de todas estas inúmeras pegadas? Observando-as, não podemos presumir, dessa trajetória, sua provável origem… e seu destino? Não é importante indagar-se sobre isso?
Dizem de um antigo filósofo grego, Diógenes, que se recusava a ler livros, pois o sábio lê diretamente na natureza, que nada esconde nem distorce. A nossa própria natureza interna deve estar repleta de pegadas, às vezes, lineares, às vezes, em círculos. Todas elas, mensagens que, não lidas e não entendidas, estão sujeitas a serem repetidas indefinidamente.
Nunca tivemos tantos meios de comunicação, e… o que temos comunicado uns aos outros? Ou a nós mesmos? Comunicação não depende apenas de meios, mas de se ter algo a dizer, algo de profundo e válido. Como diz o clássico budista Dhammapada: “Mais do que mil palavras sem sentido, vale uma única palavra que traga consolo a quem a ouve”; nós já falamos esta palavra, a nossa palavra, que dará sentido à nossa vida?
Diz um mito que o exército grego teve uma improvável vitória contra os persas na batalha de Maratona; já estava tudo combinado: se os persas fossem vitoriosos, os atenienses queimariam e abandonariam a cidade, para que ela não fosse profanada. Quando da vitória, o mensageiro Fidípedes teria que percorrer quarenta quilômetros até Atenas o mais rápido possível, para evitar que fosse destruída por seus próprios moradores; tinha que levar a boa nova. Tudo dependia dele. E ele o fez: dosou muito bem seu fôlego, de tal forma que, ao chegar a Atenas, disse a única palavra possível e necessária: “- Vencemos!”. E tombou exausto.
Todos temos pelo menos uma palavra a dizer, nossa palavra, que tem de ser pronunciada antes de “tombarmos” exaustos. Se não a dissermos, provavelmente, coisas tão belas quanto Atenas serão perdidas. Cada ser humano tem o seu recado, único e irrepetível, para dar ao mundo; meça seu fôlego, e… procure o imprescindível, a especial notícia, legível em algum lugar, dentro e/ou fora de nós, acessível àqueles que refletem e buscam sua vida interior. Nada mal lembrar, de vez em quando, de Fidípides, o herói que soube fugir à superficialidade, mergulhar na vida e conquistar sua palavra sagrada, entrega-la ao mundo… e descansar em paz.
Voltemos à lição da criança e aprendamos, com olhos puros e visão profunda, a moldar nossas massinhas e dar nosso recado, e assim, construir Atenas e conservá-las; assim, os homens, desde sempre, fizeram história.

Lúcia Helena Galvão

massinha-arco

Quer saber mais? Conheça nosso canal no YouTube: www.youtube.com/user/NovaAcropole

DIRETOR NACIONAL DE NOVA ACRÓPOLE RECEBE TÍTULO DE CIDADÃO HONORÁRIO DE BRASÍLIA

No último dia 19, em sessão solene na Câmara Legislativa do DF, o profº Luís Carlos Marques, diretor voluntário da Nova Acrópole Brasil, recebeu o título de 57° Cidadão Honorário de Brasília. Uma homenagem pelos seus mais de 30 anos de trabalho voluntário dedicados à educação por meio da filosofia, da cultura e do voluntariado

14022355_1143090089046999_3432651264455320080_n 14089234_1143090265713648_448324209925629754_n1-e1471954303604

O profº Luís Carlos, engenheiro eletricista por formação, filósofo por vocação, nasceu em Araxá-MG e conheceu a pequena unidade da recém inaugurada Nova Acrópole de São Paulo há 32 anos atrás. Pouco tempo depois abraçou o projeto e abriu a primeira unidade de Nova Acrópole em Brasília, tornando-se um dos pioneiros da instituição no país. Estima-se que milhares de pessoas já participaram de seus cursos e palestras e já foram beneficiadas pelas ações sociais e culturais que liderou. Em 2014, recebeu homenagem da Câmara dos Deputados Federal pelos 30 anos de atuação de Nova Acrópole no Brasil.

14102611_1143090165713658_4859013423527482820_n

 

Quer ver mais informações? Fique por dentro do que acontece nas escolas de Nova Acrópole no Brasil e no mundo: www.acropolenews.org.br

No Aniversário de Nova Acrópole um artigo sobre A filosofia

Nesse fim de semana foi comemorado o aniversário de Nova Acrópole no mundo. E por causa disso trouxemos um artigo de Jean César, um de nossos professores para mostrar a proposta da filosofia, e sua importância no mundo.

dbaeb6bb-21a9-42d2-a56f-39dd5e5e79a0-1

A Filosofia e sua Proposta

Nascida na Grécia, a palavra filosofia é resultado da junção de philos + sophia, literalmente “amor à sabedoria”.

E por ter a palavra nascido na Grécia, muitos acreditam que também a própria filosofia teria nascido lá. Mas é fácil perceber que a atitude filosófica, a filosofia mesma, é inerente à condição humana, e dificilmente podemos falar de sua origem, exceto se concordarmos que nasce com o próprio ser humano, quando em seus primeiros rasgos de consciência, perguntou-se sobre a vida, sua origem, seu destino, a morte, e muitas outras questões. Estas são questões de difícil resposta, bem próprias da filosofia.

E se o que a filosofia busca é a sabedoria, cabe perguntar: O que é sabedoria?

Para as civilizações clássicas em geral, um homem sábio não era exatamente um homem que possuísse um saber enciclopédico, que conhecesse de tudo; mas um homem que, ante as adversidades da vida, sabia manter-se no controle de si mesmo. Que diante das dúvidas comuns da maioria, oferecia as respostas necessárias para se conquistar as melhores soluções. Enfim, era um homem que sabia o que era necessário para ser feliz, tendo as respostas para os anseios e necessidades humanos (coisa que não aprendemos nas escolas regulares).

Certamente um homem raro era esse, tanto no passado quanto hoje, e para muitos (infelizmente), uma impossibilidade.

Mas seria isso uma impossibilidade realmente? Será que não podemos caminhar em direção à sabedoria?

É exatamente essa a proposta filosófica, e não foram poucos os homens e mulheres que, ao longo da história, a ela dedicaram suas vidas. E isso não foi em vão, como podemos atestar na observação do resultado de seus esforços.

Talvez muitos duvidem de que tenham existido, em qualquer época, sábios como os descritos nos antigos livros. Mas o que não podemos negar de forma alguma são as conquistas que nos legaram os filósofos de todos os tempos, com suas escolas e suas obras.

Não é preciso estudar muito para saber que as ciências, nasceram ou foram inspiradas pelas antigas escolas de filosofia. E que a política, com muito de suas regras e forma de organização também teve nas antigas escolas filosóficas seu berço e fonte de alimentação, por muitos séculos, e mesmo milênios.

Foram nessas escolas que foram formados alguns dos maiores políticos da antiguidade, como por exemplo, Marco Aurélio, o grande imperador romano. E também muitos dos artistas, professores, cientistas, militares, e, até mesmo, religiosos da antiguidade, (pois a filosofia não é contrária à religião).

E não sem razão foram feitas todas essas conquistas, pois um homem que persegue o próprio aperfeiçoamento de maneira obstinada, se não puder chegar a ser sábio, por força de suas grandes limitações, pelo menos, certamente, será capaz de superar uma parte de suas debilidades e fraquezas. E sem dúvida sairá desta busca fortalecido, para dizer pouco.

Foi por meio da filosofia que as grandes civilizações, como Grécia, Roma, Egito e Índia, forjaram seus melhores líderes, e também por meio dela, que conquistaram a compreensão necessária para traçar um rumo seguro, que os permitiu milênios de estabilidade e justiça. E foi na perda dos valores propostos pela filosofia, que também declinaram.

Não é possível viver sem filosofia. E mesmo os que não pensem a respeito, filosofam sem saber, no simples gesto de olhar para o céu e se perguntar: “Deus existe?”, “Que estou fazendo aqui?”, “Qual o sentido da vida?”, e muitas outras questões tão humanas.

A maioria de nós gostaria de viver em um mundo mais justo e feliz, e com certeza trabalharia por esta conquista se soubesse como. Pois é disso que trata a filosofia. Trata de como tornarmos o mundo melhor, através da busca da sabedoria. Pois é quando somos um pouco mais sábios que somos mais justos. E é quando somos mais justos que somos mais felizes.

 

Jean Cesar Antunes Lima

Professor de filosofia em Nova Acrópole

 


Fique por dentro das últimas notícias de Nova Acrópole no Brasil e no mundo: www.acropolenews.org.br

Quer assistir a vídeos e palestras e conhecer um pouco mais sobre a escola? Acesse nosso canal no YouTube: www.youtube.com/user/NovaAcropole

Um Resgate Moral por Jean César

frases_moral

Um Resgate Moral

Tendo estudado recentemente sobre a Paideia grega, não pude deixar de fazer uma reflexão sobre as profundas diferenças que marcam nossas civilizações.

A Paideia foi um modelo educacional que tinha por objetivo supremo formar um cidadão perfeito, e contava com uma metodologia que ia desde a educação física, para a saúde do corpo, até aspectos espirituais, passando por formação de caráter, controle emocional, disciplina mental, valores morais e etc., para a saúde da alma.

Levava o homem à percepção da vida como algo transcendente, em que ele é parte de um Todo, como pequena célula de um organismo cósmico. E como toda célula, cada um cumpre com um propósito, intransferível e ineludível, seu Ideal e sua obrigação.

Para os velhos gregos, não buscar esse propósito sagrado seria não apenas imoral, mas também indigno da condição humana, sendo assim, preferível, não viver, pois viver significava mais que sobrevivência. Viver era cumprir com as obrigações humanas que os aproximariam dos deuses, tornando a vida, assim, heroica. E talvez por isso tivessem tantos heróis.

Hoje, lendo os noticiários do que ocorre no Brasil e no mundo, é até difícil de acreditar que somos mesmo herdeiros daquela magnífica cultura.

Que nos restou daquele apuradíssimo senso de estética apreciado em suas estátuas e estrofes poéticas? Ou da estética metafísica (beleza da alma) presente em sua herança imaterial, suas leis, sua filosofia, sua formação moral e os exemplos de vida que nos deixaram?

Onde encontrar a coragem de um Leônidas, o refinamento moral de um Sólon, ou a sabedoria de um Platão, que 2500 anos depois continuam despertando nossa reverência?

Necessitamos urgentemente de um resgate, um resgate moral, pois como tem sido apontado por inúmeros estudiosos; economistas, ecologistas, cientistas, historiadores e outros, a crise que se abate sobre nós é, fundamentalmente, uma crise moral.

Não é por falta de recursos que nosso mundo se encontra em perigo, nem por falta de conhecimentos científicos, pois em ambos temos mais do que jamais tivemos.

Nossos estados caem, a violência cresce, a guerra se acirra, porque nós, simplesmente, não fazemos aquilo que todos nós sabemos ser o certo, o Moral.

Os homens se apoiam no Legal (se o fazem), como se as leis, que eles mesmos escreveram, fossem a verdade sobre o certo e o errado, quando sabem em seu íntimo que esses valores não podem ser modificados, como não podem ser modificadas as Leis da Natureza.

E ao estar regidos por leis naturais, se agirmos mal às escondidas (ou em público, pois o pudor tem estado em falta), a natureza será prejudicada da mesma forma, nós seremos prejudicados da mesma forma.

Mas nós podemos ser bons! E na visão daqueles velhos gregos, nossos ancestrais, é essa nossa missão, nosso dever, nosso Ideal. E não seremos felizes se não formos bons.

Não é tão difícil percebê-lo, é questão de bom senso. Faz parte da sabedoria popular, e em nosso íntimo sentimos que apenas os bons devem “ser felizes para sempre”, como naqueles contos da infância.

O que os gregos, e muitos outros povos da antiguidade, nos ensinaram, e que constitui nosso legado humano, é que devemos buscar o Bem.

Nas palavras de Platão; Bondade, Beleza e Justiça, devem constituir nosso mais elevado propósito. E é para essa busca que devemos nos educar, e para ela dedicar nossas vidas.

 

Jean Cesar Antunes Lima

Professor de filosofia em Nova Acrópole

 

Saiba mais sobre a Nova Acrópole, conheça nosso canal no Youtube:

Nova Acrópole no Youtube

Palestra sobre o Dia da Arte

Dia 19 de Março a Nova Acrópole Brasil, em todas as suas unidades, comemorou o Dia da da Arte. Momento dedicado a refletirmos e reafirmarmos o valor da arte para a vida do ser humano.

A palestra magna “A Arte e a Harmonia da Vida” realizada em Brasília e ministrada pelo professor Luis Carlos Marques, diretor de Nova Acrópole Brasil está disponível na íntegra no canal do Youtube da instituição.
Acompanhem…

 

Quer assistir mais videos e palestras? Basta acessar: www.youtube.com/user/NovaAcropole

A Mulher e a Natureza de Lúcia Helena Galvão

mulher101-300x300

A Mulher e a Natureza

“O eterno feminino pode tornar humano ao Divino.”

“Sem a mulher, a vida é pura prosa…”

Ambas as frases pertencem ao escritor nicaraguense Ruben Darío, cuja data de falecimento completa cem anos, neste ano de 2016. Expressivo poeta que era, trata do eterno feminino, mas isso ecoa estranho aos nossos ouvidos, desacostumados a falar de “eternidade”, em meio a tanta coisa perecível e descartável.

Ao longo da história, muito se falou e muitas vezes se representou este símbolo do eterno feminino, da mulher como cúmplice da vida no ofício de ajudar a própria vida a se multiplicar, ou seja, a grande e a pequena mater seriam amigas íntimas e mesmo parceiras.

Bem, mas um outro atributo de nosso tempo é que nada é entendido de forma simbólica, e sim de maneira muito (excessivamente até) explícita; assim, corro o risco de que me critiquem por associar o eterno feminino à maternidade; isso é verdadeiro e falso, simultaneamente. Contrariamente a certos estereótipos sociais, eu verdadeiramente não creio que as mulheres estejam obrigadas à maternidade, nem que aquelas que não o fazem estejam cometendo algum tipo de erro ou mereçam críticas de qualquer espécie. Respeito e defendo que se deve respeitar tanto as que optam pela maternidade, quanto as que fazem o contrário, sem que o chamado “eterno feminino” perca nada com isso.

Não dar a luz no plano físico é uma opção que deve ser respeitada; agora, não dar a luz em plano nenhum… honestamente, não acho tão respeitável assim. E aí sim, penetramos no terreno do eterno feminino.

A natureza como um todo possui uma receita de combinar diferenças que é maravilhosa. Toda vez que vemos algo belo, significa que a natureza conciliou inúmeras cores, sons, texturas etc, e produziu harmonia. Soube iluminar as diferenças de forma positiva, gerando o encaixe perfeito, ao invés do atrito e da rejeição. Não quero dizer com isso que todo atrito seja negativo; por vezes, pode ser extremamente necessário e educativo, até… Mas, ante um atrito, todos ficamos esperando, como numa melodia, que a dissonância se resolva em um acorde harmonioso. Dissonância eterna, desacordo, ruído sem melodia… algum segredo da natureza está sendo ignorado aí, e, com isso, a própria natureza é a primeira a sofrer, incluindo nisto, logicamente, a natureza humana.

Saber dar luz, saber harmonizar, poder deixar um rastro de conciliação, de potencialização das partes, de beleza: eis o eterno feminino. Segundo o poeta, sem a mulher, a poesia não nasceria: teríamos apenas prosa, talvez informativa, talvez útil, mas sem aquele atributo de musicalidade e de transcendência que as palavras adquirem quando se enlaçam em poesia, imitando a Vida.

Ao entender isso como potencial, como patrimônio próprio, legado pela natureza, as mulheres poderiam encontrar muito mais facilmente, eu creio, soluções para a desarmonia entre suas emoções, na tão falada instabilidade psicológica; para a desarmonia com os homens, na tão discutida “guerra dos sexos”; para a desarmonia entre os seres humanos, na tão dolorida carência universal de fraternidade. Quer algo mais luminoso, mais poético?

A antiga tradição do “eterno feminino” não defende a ideia de que as mulheres são diferentes dos homens, mas sim de que todos os seres do universo são diferentes uns dos outros, como diria Aristóteles, e que a felicidade dos seres consiste no conhecimento e na realização de suas identidades. “Sê quem és, sabendo”, dizia o poeta Píndaro (para concluir com outro poeta). E só quem nada conhece de luz, de poesia e de beleza poderia considerar menos do que um privilégio servi-las como missão e como dever, por natureza… e pela Natureza.

 

Poesia da professora Lúcia Helena Galvão

Conheça mais em: www.luciahga.blogspot.com